Dicas para passar pela imigração
25/04/2018
Você planejou o seu intercâmbio durante meses, cuidou de todos os detalhes e está com toda a documentação e comprovações necessárias. Mesmo com a certeza que está tudo perfeito, ainda fica nervoso quando pensa sobre passar pela imigração no aeroporto. Saiba que isso é algo muito comum.
O trabalho do agente de imigração não é barrar e deportar pessoas, mas identificar as pessoas que estão fazendo as coisas certas e aquelas que estão agindo de má-fé. A fim de proteger o seu país, a imigração cria algumas regras básicas para evitar inconvenientes e problemas futuros. Eles não querem barrar turistas e estudantes que estão indo com um objetivo, mas sim achar no meio delas aquelas que estão com outros objetivos escondidos, como trabalhar sem permissão, permanecer ilegalmente, oferecer serviços ilícitos ou contrabandos.
Se você está com toda a sua viagem alinhada e seu objetivo é claro, você não tem com o que se preocupar, contudo listamos algumas informações que são legais saber antes do seu primeiro desembarque internacional.
Esteja com todos documentos em mãos
Antes de embarcar no avião, já deixe separado na sua bagagem de mão, que irá com você dentro da cabine, uma pasta com toda a sua documentação. É importante que esteja junto contigo, pois você não terá acesso à sua bagagem despachada antes da imigração.
Nessa pasta é importante você colocar toda a documentação como, carta da escola, acomodação, comprovante da passagem de volta, recibo de compra de moeda, seguro, vacinas e tudo que for necessário para o país que você escolheu.
Pelo amor de Deus, não esqueça o passaporte.
É possível que você não precise apresentar esses documentos, mas tenha em mãos, você não vai querer arriscar nessa hora.
Seja sincero com eles
Talvez a regra mais importante. - Nunca minta! Não importa qual for a pergunta que o agente lhe fizer, sempre seja sincero, pois na maioria das vezes ele já sabe a resposta. Muitas vezes ao ficar nervoso as pessoas tentam melhorar as suas respostas e acabam contando aquela mentirinha, mas isso pode ser ruim.
Um turista ao ser perguntado se estava levando cigarro na bagagem, ficou nervoso e respondeu que não. Porém, eles já sabiam que ele carregava um malote com 10 carteiras em sua bagagem despachada. Levar até 200 cigarros é permitido, porém isso não importava mais, vendo que ele faltou com a verdade com a imigração. Um simples detalhe custou a viagem desse turista e ele acabou deportado para o seu país de origem, mesmo com tudo estando certo.
Fale somente o necessário
Uma coisa é mentir e outra totalmente diferente é falar só o necessário. Seja sucinto e objetivo nas respostas, assim você não dará margem para interpretações ou outras perguntas. Também não é necessário falar o que não lhe for perguntado.
Se a sua resposta curta não for o suficiente, o agente lhe perguntará mais ou pedira os comprovantes, como, por exemplo, quando responde que está indo estudar, ele pode pedir ou não a carta da escola.
Nunca responda o que não sabe
Se você ainda não está ciente, saiba que essa entrevista será na língua do país que você está indo, ou por conveniência, na maioria dos aeroportos em inglês. Por isso é importante você, pelo menos, estudar as perguntas básicas que poderá responder na imigração, para ficar mais fácil de se comunicar, mas é claro, não é obrigatório falar o idioma para entrar no país.
Dentro do avião você receberá um formulário para preencher os seus dados e não precisar falar tudo na hora da imigração. Porém as perguntas do agente será obrigatório que você fale. Nessa hora tenha calma e preste muito atenção, caso não entenda, peça para repetir quantas vezes for necessário, isso não irá lhe prejudicar. Caso não tenha como entender mesmo, o agente da imigração pode lhe fornecer um tradutor, porém isso é o último recurso, pois esse processo demora bastante.
Dificilmente vemos problemas na imigração quanto a comunicação e linguagem, os agentes sempre são bem flexíveis, falam devagar e se fazem entender. Porém, mesmo com a cordialidade do agente, nunca responda sem certeza, pois você poderá dar a resposta errada e se complicar.
Imagine a seguinte situação, o agente pergunta. “Do you have family here? (Você tem família aqui?)”, você entendeu apenas a parte da família e responde que sim, pensando na sua família que ficou no Brasil. Com isso, a próxima pergunta do agente será sobre a sua “família” que mora lá e você não fará a menor ideia do que responder.
Então, de novo, na dúvida peça para repetir até ter certeza.
Tenha tudo que for obrigatório
Talvez esse item deveria ser o primeiro, mas acredito que quando você decide e programa a sua viagem, você já sabe as coisas que terá ter para viajar e na hora da imigração estará tudo certo. Porém escrevo esse item como lembrete quanto ao “jeitinho brasileiro”.
Se o país de destino diz que é obrigatório ter seguro-saúde, então você tem que contratar o seguro, mas sempre terá aquele amigo que viajou, não contratou e dirá que não precisa. Saiba que esse seu amigo teve sorte, pois o simples fato de não ter o seguro-saúde poderia ter lhe causado a deportação. Você pode não ter tanta sorte quanto ele e ser questionado sobre o seguro.
A passagem de volta também é obrigatório, normalmente quem irá para turismo já terá ela certa, mas quem vai pra intercambio de longa duração, talvez seja necessária a mudança na data de volta, isso é comum e os agentes entendem, mas, mesmo assim, tenha a passagem de volta.
Não esqueça também da sua vacina contra a febre amarela que alguns países pedem. Para isso é necessário você passar na ANVISA dos aeroportos e cadastrar a sua carteira de vacinação e pegar o comprovante.
Obedeça as regras de produtos
Obviamente você não pode transportar qualquer produto para outro país, seja simplesmente por contrabando ou pelas leis de importação e exportação.
É claro para todo mundo que não é possível transportar drogas ilícitas na bagagem, mas as vezes esquecemos que remédios também são drogas. Por costume carregamos alguns produtos de uso comum e para emergência, como remédios para dor de cabeça ou estômago, isso não tem problema. O que não é natural é alguém transportar quarenta caixas de antibióticos, pois ninguém precisá tudo isso e nem terá como explicar. Nesse caso, na melhor das hipóteses essa pessoa apenas perderá os produtos, na pior responderá por contrabando.
Se você precisa de algum medicamento contínuo, isso não é problema, pois você terá a receita médica e poderá comprovar o uso. Então caso sua viagem seja de um ano de duração, leve os medicamentos para o tempo todo, mas sempre tenha a receita junto.
Bebidas, cigarros, comidas e outras coisas, sempre é possível transportar com uma quantidade limitada, pesquise no site da ANAC ou da imigração do país de destino e veja as regras.
Vale ressaltar que o agente da imigração pode perguntar sobre os produtos na sua bagagem, essa mesma que está sendo vistoriada no momento que você está na entrevista.
Comprovação de disponibilidade financeira
Em muitas imigrações eles perguntam sobre quanto dinheiro está levando para o país. Essa é uma das perguntas mais comum quando eles querem certificar que você não trabalhará ilegalmente. Por isso é importante você ser coerente quanto ao valor que levará para a viagem. O dinheiro que você está levando tem que ser suficiente para todas as coisas, incluindo alimentação e turismo.
Alguns países têm o valor mínimo como regra e outros não informam, então faça um calculo e leve o dinheiro suficiente para todo período, seja em espécie ou cartão viagem. Caso você faça um intercâmbio de longa duração, você pode levar o dinheiro para o primeiro mês e explicar que fará a compra sempre que precisar, mas saiba como explicar isso.
Esses são apenas os itens que são mais usados pelo agente da imigração em seu trabalho, mas saiba, que nunca vi alguém que estava com tudo certo ter problemas. Se você ficar tranquilo e for sincero em todas as perguntas, você passará fácil e rápido por essa etapa, mas se está devendo alguma coisa ou com planos escondidos, pode ser que tenha problema.
Qualquer dúvida que tiverem é só deixar o seu comentário ou entrar em contato com nós.
Por Guilherme De Bastiani